Eu era tão pequena... Mas
pequena porque minha identidade diminuía 1996 anos do ano atual e meus passos
eram guiados pelos teus.
Eu te via tão grande... Ainda
mais quando tinha dificuldade de encaixar nossos olhos. A linha tomava uma rota
diagonal, mas eu sempre me contentava. Estar na altura dos teus ombros e
enxergar perfeitamente tua boca era mais eficaz.
Tanto me acomodei em não
conseguir ler teus olhos que acabei a ficar sem entender tuas perspectivas, sonhos
e desejos. Ou simplesmente a falta deles.
Os transtornos causam dor.
Sou tão pequena que elas não cabem mais em mim. Se ao menos eu crescesse...
Talvez comer a dor seja uma
solução para a evolução. Se for, comprovarei a teoria infantil (ou não) de que
comer é o melhor para poder crescer.
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